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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto e biografia: Wikipedia

 

 

WERNER ASPENSTRÖM

(  SUÉCIA  )

 

Karl Werner Aspenström   (13 de novembro de 1918 - 25 de janeiro de 1997) foi um poeta sueco.

       Nascido em Norrbärke , foi membro da Academia Sueca , onde ocupou o 12º lugar de 1981 a 1997. Após sua descoberta em 1949 com Snölegend ( "Lenda da Neve" ), ele foi considerado um dos principais poetas suecos do século XX, e sua poesia tem sido frequentemente comparada às obras dos ganhadores do Prêmio Nobel Harry Martinson e Tomas Tranströmer . Aspenström afirmou que sua motivação para escrever era "escrever para seu gato". 

 


INIMIGO RUMOR- revista de poesia  - Número 20       Ano???     Editores: Carlito  Azevedo,  Augusto Massi. Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro Editora,  ???  ISSN 1415-9767-00020   No. 01 180
Ex. biblioteca de Antonio Miranda

 

                     Tradução: MARION XAVIER

 

PARA B. A. NO ANIVERSÁRIO E EM FUGA

Como são deploráveis aqueles tipos vermelhos e verdes
que podem pensar apenas: Pare! Ande!
E não: Logo se vão abrir potes do lago azul...
Sim, logo seus insetos amados vão se precipitar
em direção aos galhos que logo vão florescer.
Somos nós e nossos animais domésticos que nos voltamos para trás.
O cavalo se volta para ver
quem é o cavaleiro.
Isso interessa, é claro.
A vaca se volta para ver
quem a ordenha.
A ovelha se volta para ver
quem corta a lã.
A galinha se volta para ver
quem rouba o ovo.
Todos querem achar o ladrão,.é claro.
O homem se volta.
Como gotas de água sobre uma pedra escaldante
ele vê seus dias aterrorizados pularem para lá e para cá
e rapidamente se evaporarem.
As perguntas fazem pressão, é claro.
Até mesmo no mês de maio se pode ouvir Fröding citado:
“Lembro-me que pensava que era belo”.
A réplica raramente demora:
“Lembro-me que pensava que as palavras tristes de Fröding eram
[belas”
O vento sopra sempre, é a única coisa certa.
Move-se o vento na direção da biblioteca estadual,
e não é para ir buscar as obras de Schopenhauer.
 

 

A ÚLTIMA CARTA DO ESTUDANTE CAMPONÊS

Contradições, um tumulto contido,
melhor do que isso eu não considero o mundo.
Gânglios, germens, fluidos,
cada um resistindo em seu canto.
A água no reservatório desce
pelas fendas minúsculas, em fios,
eu não saberia conta-los.

Placas inclinadas há muitas,
encruzilhadas, dois, três passos,
e estamos diante de uma nova.
Da minha janela vejo
as igrejas da paróquia na campina,
esses foguetes mal construídos
brancos de cal...
Nossos professores contradizem uns aos outros.
Eu não entendo. Mãe!
Contra os meninos ricos eu não tenho
mais nenhuma inveja,
galões de ouro não curam doenças da alma,
isso eu aprendi. A gravura com o músico pobre de Deus
eu também coloquei de ladol.

Para os pardais em Assisi
quero gritar: vem para o levante
para as arapucas em Bengala,
onde há uma grande fome.
O saciado recomenda moderação
ao descarnado.

Homem branco tortura homem negro.
A esposa, que ano após ano sentou-se inclinada
sobre o berço cheio de lágrimas,
encontra na sala de espera do médico a cocote,
que alegre com sua bolsa de couro de crocodilo
leva um filhote de gente despedaçado.
Assim é o mundo, Mãe!
Deus tritura os infelizes entre os dentes
como sílex
exercitando-se na eloqüência do silêncio.

Alguma vez
num outro século,
os afugentados se reunirão.
Todos vão receber igualmente
Unidos pelo mesmo desejo vamos nós
na primavera em bandos para o norte
no outonos para o sul.
O sol será nossa estrela-guia,
a luz cortante do meio-dia
não mais me atormentará.
Não os acuso, queridos pais.
Não acuso meus professores.
O pensamento da morte atrasou
meus estudos e tornou lúgubres
as minhas férias. A vida humana
é como um instante de aprendizado entre duas vagas,
e além disso devemos gozar.
Havia um professor na América,
Albert Einstein,
a quem eu queria pedir conselho.
Então li no jornal sobre sua morte.



DOMINGO

Pela simples razão de que nunca mais voltará
hoje é um dia memorável.
O sol nasceu no leste e se pôs no oeste,
deixou o céu para as estrelas
e uma nave espacial nadando no espaço.
O rádio falava e cantava através da janela aberta
atrás dos pelargônios vermelhos imutáveis.
Uma mulher colhia cachos de groselhas com uma tesoura
e os levava para a cozinha.
Lá fora no pátio um rapazinho de joelhos ao lado de sua
[motoneta
divertia-se com as centelhas da bobina.



A LARVA

Eu me estico para fora de minha folha de cerejeira
e sondo a eternidade:
A eternidade hoje está grande demais
demasiado azul vastidão calculada em milhares de léguas.
Acho que vou ficar em minha folha de cerejeira
avaliar o tamanho de minha verde folha de cerejeira.

 

*

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Página publicada em dezembro de 2023


 

 

 
 
 
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